segunda-feira, 2 de março de 2009

Apresentações acadêmicas

Olá pessoal!

Ainda é muito pequena a minha experiência acadêmica aqui no Japão, mas como estamos numa fase de final de ano letivo (em março? - Sim, em março), gostaria de fazer algumas comparações.
 
O laboratório em que estou trabalhando tem um staff considerável. Um professor chefe, o professor auxiliar, 1 funcionária, 1 aluno de pós-doc, 2 alunos de doutorado, e atualmente 6 alunos de mestrado e 5 alunos de graduação, além de mim, ainda como "aluno-pesquisador", uma espécie de aluno especial. 

Semana retrasada foram as defesas de mestrado, e hoje as de monografia dos alunos de graduação. É muito diferente do meu curso de Engenharia no Brasil, pelo menos. Não sei das outras áreas. Mas aqui as dissertações de mestrado têm mais ou menos 40, 50 páginas no máximo, e as apresentações são de 12 minutos, com 5 minutos extras para questionamentos. É uma sequência religiosamente seguida. 

As apresentações de monografias, por sua vez, são de 7 minutos cada, com 4 minutos para arguição. É interessante que, mesmo com pouco tempo, com muito ensaio, muitas vezes eles conseguem fazer ótimas apresentações, abordando suficientemente cada tópico. Mas ao mesmo tempo, eu tenho a sensação de que eles prezam mais o tempo do que a perfeição da apresentação. Isto é, preferem falar um pouco mais rápido e dentro do tempo limite do que se enrolar, o que pode ser considerado prolixo (como eu, hehehehe)... 

Outra coisa, acredito que em vários lugares no Brasil isso ocorra, mas não em todos. Os apresentadores sempre usam terno e gravata, e as meninas o terninho. O tempo é medido por uma campainha. Um minuto antes do fim da apresentação é um toque, no final são dois toques. E no final das perguntas, tem um aviso ou três toques. 

Isso me lembrou de quando eu estive no CBECIMAT, Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência de Materiais no Hotel Mabu em Foz do Iguaçu, estava vendo uma palestra muito interessante de um professor da UFSCar sobre fabricação de metais amorfos por melt-spinning. E o sistema de contagem dos tempos no ciclo de palestras era com lâmpadas coloridas. Acendiam as lâmpadas em sequência conforme as fases finais da palestra, para que não houvesse atrasos. Coisa de físico e engenheiro!

Minha apresentação de monografia na universidade foi de mais ou menos 40 minutos, com mais de uma hora de discussão da banca avaliadora. No final, detalhe por detalhe é revisado no momento da apresentação. Por isso que eu digo, daibu chigau. É muito diferente... mas a gente acostuma!

Agora me lembrei também que, quando fui apresentar meu projeto de monografia no quarto ano, eu tinha 30 minutos mais 15 minutos de perguntas. Eu entendi errado, empolguei-me e falei 45 minutos. Achei que era 45 mais 15. Quando eu vi, a professora estava dormindo, meus colegas estavam quase todos dormindo em sono REM, dentre os quais o Alessandro, que sempre faz sinal de "sim" com a cabeça para nos animar quando escuta nossas falas. O Alessandro continuava fazendo os sinais de sim, mesmo em estado alfa. 

A conversa de hoje foi CDF!! Até a próxima...

Um comentário:

  1. =) eu iria gostar se fosse uma apresentação de 12 minutos e 5 de questionamento no nosso mestrado. Tem professor que fala mais de 1h! Acho que não é necessário e que mtas fezes falam coisas desnecessárias... Vc está praticamente virando um escritor, quem sabe não lança um livro um dia! beeijo

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