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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

O monumento dos Campos Gerais

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Perder algo que a gente gosta é muito dolorido. Nem se fala de entes queridos... mas não sei como considerar um dos monumentos que mais levou minha terrinha, Ponta Grossa, ao conhecimento do mundo, como um ente querido ou como um bem material. Porque o Cocozão era mais que isso. Era cultura, era alegria, era simbolismo. Nem Robert Langdon poderia descrever o sentimento que o governo de Ponta Grossa e um arquiteto tiveram ao diagramar o Cocozão, ou, como conhecido internacionalmente, o Big Poop, pois o simbolismo que existia naquela obra-prima é indescritível. Em primeiro lugar... o monumento representava literalmente o que o Prefeito de PG City e os queridos vereadores fizeram com o povo nos últimos anos. Tanto o Péricles, como o Wosgrau, como o Jocelito, todos foram totalmente fiéis ao símbolo da obra ao executar os seus governos. Os vereadores, então, nunca vi tanto esforço em representar o monumento tão perfeitamente com suas atividades diárias, não indo à Câmara, enrolando na aprov...

Jeitinho brasileiro

Desculpem a demora para retornar a postagem! É assim que um blog começa a entrar na obsolescência: passa aquela vontade temporária, e os fracos escritores como eu param. E o blog fica perdido e desatualizado no tempo. Com o tempo, ninguém mais entra, e essa é a mesma história de museus como o da UEPG em Ponta Grossa. Então! Estava pensando na vida e, em uma das minhas reflexões de chuveiro, em como é bom ser brasileiro! Porque a gente tem aquela virtude do famoso jeitinho brasileiro. Será mesmo uma virtude? Bem, eu acho que depende, porque podemos usar o jeitinho brasileiro ou como uma virtude, uma ferramenta de irreverência, ou para coisas desonestas. Quando a gente vem para um país muito diferente como o Japão, a gente consegue perceber o que é o jeitinho brasileiro. Atitudes que parecem óbvias para a gente, mas que não existem em alguns lugares fora do Brasil, e cuja natureza é a resolução de problemas, o atalho, e até mesmo a corrupção. Falando um pouco mais sobre o lado mau do jei...

Sistemática

Todos os dias eu deparo com várias situações aqui no Japão que jamais aconteceriam aí no Brasil em um ambiente normal. Muitas dessas historinhas têm um sentido positivo, muitas outras um sentido negativo, e todas giram em torno de um aspecto: ser sistemático. Ser sistemático é uma característica do oriental. Ao meu ver, é simplesmente, como já citado, um aspecto cultural. Eu acredito que pelo japonês ser sistemático é que a educação aqui é muito boa, é que as construções ficam na sua maioria prontas na data estipulada lá no início do projeto, é que os estudantes orientais papam as vagas de medicina e engenharia das grandes universidades do Brasil, entre diversas outras coisas ótimas. Por outro lado, e em uma análise antropológico-psicológico-sociologicamente barata de um leigo absoluto como eu, o oriental muitas vezes é burro por ser sistemático. Ele muitas vezes não enxerga o que está ao seu lado, porque, bitolado, só olha para a frente. Todavia, isso é muito diferente da ignorância d...

Bicicletas

Bicicletas Tem tantas coisas que poderiam ser faladas sobre o uso das bicicletas no Japão! Vou contar algumas coisinhas observadas, de acordo com o que me vem à cabeça.  Primeiramente, o espaço disponível para se andar de bicicleta no Japão é muito grande. Não sei como num país tão pequeno e com tanta gente, se conseguem construir calçadas tão largas. Claro, estou em Nagoya, uma cidade importante, e estou falando das grandes avenidas, não das ruas internas dos bairros, que são muito estreitas. Mas nas grandes avenidas, mesmo assim!, existem calçadas largas que permitem aos pedestres e aos ciclistas andar em perfeita harmonia pelos eixos da cidade e chegar a qualquer lugar. Além disso, o perfeito funcionamento dos semáforos para pedestres e o respeito frequente à faixa de segurança pelos motoristas são coisas que contribuem bastante para essa tranquilidade.  O Japão é, que eu saiba, um país muito montanhoso, mas como a maioria da população vive perto da costa, que tem regiões muito plan...

As sacolinhas de mercado

As sacolinhas de mercado Às vezes no Brasil se ouve falar muito da consicência ecológica sobre o consumo excessivo de plástico, principalmente nas tão utilizadas sacolinhas de polietileno de supermercado. Já existe um certo incentivo, mas muito tímido, sobre usar a sua própria sacola para fazer as compras. Quando cheguei ao Japão me assustei. A cultura do uso da MY BAG é muito difundida, aquelas senhorinhas bonitinhas andando com suas próprias sacolas, mais resistentes, indo ao mercado fazer a compra do dia. Aqui a sacola de plástico existe na maioria das lojas, mas a sua utilização tem um sentido diferente do que na nossa terra. O que é preciso ressaltar primeiramente é que, talvez devido ao espaço reduzido, à ausência de espaço para despensa na casa, e também pelo grande consumo de perecíveis frescos (especialmente peixes e frutos do mar), o japonês não tem o costume de fazer o "rancho", o "fornecimento", isto é, a compra do mês ou da semana. O costume do japonês ...

O inicio

Prólogo Estar no Japão é para mim um privilégio. Para pessoas como eu, apegada demasiadamente aos amigos e à família, também se trata de um grande desafio. Mas, como freqüentemente ouço, principalmente do meu professor orientador, tenho só a agradecer por receber verba federal japonesa para fazer uma pós-graduação, que vai apenas me trazer benefícios, diferente dos muitos brasileiros dekasegis que estão tendo de voltar ao Brasil devido à crise econômica que se instaurou no mundo todo. Num país seguro como o Japão, ao andar a pé ou de bicicleta, em diversos momentos me flagro atingindo o limite da irracionalidade, quando meu pensamento despreocupado com possíveis assaltos ou outros perigos vagueia por aí. Além disso, freqüentemente topo com situações irrelevantes aqui neste lugar, que no Brasil são coisas totalmente interessantes, ou absurdas, ou exemplares. Alguns desses pequenos pontos, por muitos considerados triviais, desejo mostrar aqui nos posts desse blog. Da mesma forma, quando ...