sexta-feira, 16 de outubro de 2009

De vez em quando a gente aparece!

É isso aí, pessoal, de vez em quando a gente ressurge das cinzas!

Hoje a cabeça deste autista hiperativo que vos fala está com pensamentos diversos. A última coisa que eu tenho sempre pensado é a pesquisa. Tá faltando gana e saco para essa fase inicial da pesquisa nova que estou inserido, o que é o tiro mais importante, mas quando você precisa fazer uma pesquisa de um assunto que você não conhece e nem sabe se gosta, com dificuldades de ser esclarecido e sem a mínima motivação, as coisas realmente ficam difíceis. Ou eu tomo tenência e viro homem duma vez ou esse negócio não anda pra frente! ... hehehe

É das primeiras vezes na minha vida que me pesa a responsabilidade, mas também me pesa a fraqueza de espírito (já viu fraqueza pesar? pesa muito sim, quem carrega é que é fracp), de estar nessa fase da minha vida dividido de forma bem definida. Eu cheguei num ponto em que estou naqueles conflitos cabeça-coração (geralmente são amorosos). Se dependesse só do meu coração, eu já tinha tomado uma decisão mais drástica de seguir minha vida rumo à felicidade, ou ao caminho que eu acho que ma vá trazer. Contudo, minha cabeça sabe que eu sou um ser de responsabilidade e devo completar as fases e os desafios que me são impostos. Porém, assim como o âmbito da minha pesquisa atual, que é encontrar o limiar da ocorrência efetiva de self-assembly em sistemas de partículas coloidais variando sua distribuição de tamanho, eu estou procurando o limiar entre o que pensa minha cabeça e meu coração.

Meu coração olha tudo isso e pensa... não é pra mim, isso já deu o que tinha de dar, a experiência obtida até aqui já é grandiosa... e a minha cabeça rechaça dizendo... mas se você não passar por isso diante de certas dificuldades, imagine só quando surgirem desafios maiores pela vida afora! Vai fugir sempre? Vai alegar sempre que tem que buscar a felicidade? Vai ficar se frustrando a cada passo?...

A condição de contorno que venho pensando em usar como critério de tomada de decisão para minha vida aqui é a saúde física e principalmente mental. Aqui no Japão, mesmo não tendo entrado em depressão, pessoas do meu tipo geralmente recebem "amostras grátis", o que não é incomum, e nesses momentos a gente passa a pensar que realmente depressão não é só uma coisa que acontece com pessoas que aparentemente têm tendência a isso, e sim, ocorre com ricos, pobres, gente privilegiada com experiências diversas ou não.

Ao mesmo tempo que o meu cérebro está com a mesma eficiência de uma massa corrida para pensar em química, e ciência, como nunca ocorreu, ele tem trabalhado muito, elucubrando em assuntos alheios, pensando de formas diversas e tentando montar um quebra-cabeças em relação às mudanças que tive aqui e como resolver os problemas advindos disso. Eu passo meios-dias formulando teorias, eu acordo e durmo tentando entender até que ponto é efeito do choque cultural ou até que ponto eu fiquei burro mesmo, até que ponto foi benéfica a criação que eu tive, e onde é que estou pagando meus pecados... milhões de teorias saem, e eu poderia escrever um livro sobre isso. Nunca pensei tanto na minha vida sobre mim mesmo!

E é também uma forma interessante de mostrar como sou prolixo, eu acabo provando do meu próprio veneno, o mesmo veneno que eu deixo aqui nesses posts cheios de atavios. Verborragia pura! hehehehe

Bem, depois dessa descrição vaga das atuais inquietações que me afligem, vou aproveitar o mesmo post e mudar completamente de assunto.

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Você já ouviu falar do "zeugma"?

Zeugma é uma figura de linguagem, não sei a classificação dela, mas já vou ver ali... ah!!! é uma figura simplesmente de estilo.

O zeugma está presente nas nossas vidas muito mais do que a gente pensa. Na hora de escrever e falar, principalmente. Pouco destaque é dado ao zeugma. A gente aprende muito sobre pleonasmo, hipérbole, prosopopéia, mas pouco sobre zeugma, anacoluto, epizeuxe. enálage...

Um exemplo de zeugma:

"João foi à padaria, e eu, à escola."

Consegue perceber o zeugma? Isso mesmo, o zeguma é constituído pela omissão do verbo que seria repetido por outro sujeito em uma ação já descrita. Eu poderia ter escrito: "João foi à padaria, e eu FUI à escola.", mas para quê?, se FUI já está subentendido?

A isso damos o nome de zeugma. E eu repito insistentemente que é para você, leitor que deve ter cansado e nem chegado até aqui, não esqueça. Sabe o que aconteceu comigo? Toda vez que eu ouço ou leio uma frase com zeugma, eu lembro. "É zeugma", penso, e identifico em silêncio.

Esse exemplo acima é apenas um estilo de zeugma. Existe a omissão de outros tipos de palavras, desde que seu sentido já haja sido expresso anteriormente na oração. Ou seja, o zeugma é um tiplo de elipse. Não confunda com silepse, que é outra "fofura" da Última Flor do Lácio e eu discuto outro dia.

Quem me dera ter esse potencial de uso e recuperação de informação para minha pesquisa, assim como eu tenho para cultura inútil!

O negócio é amar. Eu amo a língua portuguesa e a sua dificuldade, seus mistérios. E prepare-se a mulher que vai se casar comigo, porque vou reaprender e ensinar a nossos filhos, lá por 8 anos de idade, a fazer a análise sintática do Hino Nacional. Que sonho! Chegarem na sala de aula e saberem mais do que a professora.

O problema é, depois de revelar este post, eu vou conseguir casar? hauhauhauhau

Raphael se despede aqui, após um breve surto.

Abraços!

2 comentários:

  1. Ohhh Rapha,
    Acho que isso é porque você está comendo muito "tofu". Sabia que os homonios da soja são femininos???...eheheheheh...
    Otimo texto!!!! Parabéns!!!!!!!

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  2. Agora vou comentar tb!!!Ebaaaa!Olha Rapha, a hora q vc achar o limiar entre o que pensa a cabeça e o coração,me conta como q faz...E imagina só se um partidão como vc não vai casar!hahaha!
    Bjos!

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