Nostalgia - Recortes
Eu sempre fui um menino agitado, hiperativo e muito comunicativo. Timidez esteve sempre longe de mim. Porém, minha mãe, sempre superprotetora e com seu primeiro filho, não facilitava para que eu saísse para a rua brincar. A redondeza também, não favorecia, geograficamente... assim, eu me tornei o que em Ponta Grossa a gente chama de "piá de prédio". Com muita energia acumulada, tinha que descarregar em alguma coisa. O meu ladrão sempre foi a caneta. Em diversas superfícies, eu, que odiava lápis, punha minha imaginação para funcionar das mais diversas formas. Tudo o que se formava de imagem na minha cabeça estava em alguns segundos impresso em algum papel, livro, ou mesmo na parede. Minha mãe facilitava tanto, que quando ela via, eu já tinha desenhado na parede, escrito "campainha" sob o interruptor do corredor, tinha passado o formato de um transferidor na parede do quarto, e etc. Na altura da minha cabeça, a parede da minha casa chegou a um ponto em que parecia m...